Ultraforpet

Logo icon Ultraforpet

O hipotireoidismo canino primário adquirido é decorrente da tireoidite linfocítica ou da atrofia folicular da glândula. Todavia, não se sabe se são condições totalmente distintas, já que a atrofia folicular talvez seja o estágio final de uma tireoidite.

O aspecto sonográfico normal da glândula tireoide envolve um parênquima homogêneo, mais frequentemente hipoecogênico quando comparado à musculatura adjacente, delineada por cápsula hiperecogênica e fina, e as dimensões estão diretamente relacionadas ao peso corporal do cão. Em plano longitudinal, o formato habitual é fusiforme com a extremidade cranial mais arredondada, e a caudal mais afilada. No plano transversal, apresenta formato triangular ou poligonal.

Anatomia de pescoço destacando as tireoides de um cão. Na ultrassonografia é importante avaliar o formato, tamanho, parênquima e a ecogenicidade das glândulas tireoides e paratireoides.

Em humanos, as características visibilizadas no paciente que apresenta tireoidite autoimune crônica são de uma glândula hipoecogênica e reduzida em dimensões ao ultrassom. Em cães, a utilização da ultrassonografia como ferramenta no diagnóstico do hipotireoidismo primário para diferenciar síndrome do eutireoideo doente e real hipotireoidismo primário é muito recente.

Quais são as características ultrassonográficas em cães com hipotireoidismo?

Tayemans et al. (2007) avaliaram 18 cães com hipotireoidismo e encontraram que:

  • 65% dos lobos eram heterogêneos;
  • 65% apresentavam irregularidade da cápsula;
  • 59% tinham formato anormal;
  • 76% eram hipoecogênicas ou isoecogênicas quando comparadas à musculatura adjacente.

Considerando todos os parâmetros em conjunto, nenhuma glândula que se apresentou inicialmente alterada, durante o acompanhamento (em média 173 dias), recuperou as características normais com o tratamento instituído. Mesmo aquelas que inicialmente morfológica e estruturalmente se apresentam normais, ao fim do acompanhamento foram consideradas alteradas.

Foi notada redução significativa e contínua nas dimensões da glândula tireoide ao longo deste período, com redução de cerca de 71% do volume mensurado inicialmente. Uma possível explicação se baseia no mecanismo do feedback negativo na secreção do TSH pela hipófise, desencadeado pela suplementação com levotiroxina. Outra possibilidade seria atrofia da glândula decorrente da progressão da tireoidite linfocítica.

Apesar de pouco expressivo estatisticamente, em alguns pacientes foi notado aumento da ecogenicidade ao longo do acompanhamento, possivelmente por consequência de redução do processo inflamatório na glândula e da substituição do parênquima por tecido conjuntivo.

Em um paciente, com o acompanhamento, notou- se a presença de lesão de aspecto cístico. Este achado pode ser decorrente do acúmulo de coloide, necrose, hemorragia ou ainda neoplasia, levando- se em consideração estudos em humanos. 

Considerando todas as características a serem avaliadas sob o aspecto sonográfico, neste estudo, 94% dos cães hipotiroideos apresentaram tireoides:

  • Menores;
  • Hipoecogênicas
  • Heterogêneas
  • Disformes ou mal delimitadas

Após o tratamento, houve exacerbação das características alteradas em todos os pacientes.

E você? Você realiza exame ultrassonográfico cervical?

Se você não faz e quer aprender, entre na lista de espera do curso de Ultrassonografia Cervical e saiba mais sobre a próxima turma:

Referência bibliográfica:

TAEYMANS, O., DAMINET, S., DUCHATEAU, L. and SAUNDERS, J.H. (2007), Pre‐ and post-treatment ultrasonography in hypothyroid dogs. Veterinary Radiology & Ultrasound, 48: 262-269

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *