Não é raro encontrarmos dilatação no calibre dos vasos intra-hepáticos devido à congestão passiva, não é verdade? A dilatação do calibre dos vasos intra-hepáticos quanto das vias biliares intra-hepáticas podem ocorrer com certa frequência em felinos. Você já se viu na situação de não conseguir definir se a alteração se tratava de uma ou de outra?
Ou seja, como definir se são os ductos (dutos na grafia brasileira atual) ou se são os vasos que estão sendo avaliados pelo exame ultrassonográfico veterinário?
Tanto vasos e ductos intra-hepáticos:
- São estruturas tubulares
- Apresentam paredes hiperecogênicas
- Seguem trajeto próximo aos vasos portais intra-hepático
Então como diferenciá-los?
Veja as seguintes características pelo exame ultrassonográfico (ecografia):
- Enquanto os vasos sanguíneos seguem trajeto relativamente retilíneo, os ductos se apresentam tortuosos, com alterações abruptas do diâmetro luminal e do padrão de ramificação.
- Ainda em modo B, em alguns casos podemos visibilizar a presença de material ecogênico luminal, indicando a presença de lama nos ductos biliares intra-hepáticos dilatados.
- Outra alternativa é utilizar a ferramenta Doppler para obter mais informações. Com o Doppler colorido, podemos notar ausência da resposta nos ductos biliares e a colorização nos vasos sanguíneos.
Na seguir temos um quadro resumo com um esquema ilustrativo mostrando as principais diferenças.
Importante lembrar:
Dilatação das vias biliares não é sinônimo de obstrução!
A dilatação pode ser decorrente de uma obstrução prévia ou de doença hepatobiliar não obstrutiva.
Espero que com essas dicas você tenha mais segurança nos seus exames!
Referência:
Griffin S. (2019) Feline abdominal ultrasonography: what’s normal? what’s abnormal? The biliary tree. Journal of Feline Medicine and Surgery 21(5):429-441.